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Todos que começam a empreender em qualquer área, inclusive a da saúde, logo tomam conhecimento de uma das regras de ouro: não misturar as contas pessoais com as de seu negócio. A tarefa depende de uma gestão financeira rígida – do contrário, o sucesso de seu consultório ou clínica pode ser extremamente prejudicado.
“Ao não fazer essa separação, o gestor tem dificuldade de fazer um planejamento das finanças por não saber exatamente qual o resultado da empresa. Com isso, ele corre o risco de assumir gastos acima da capacidade ou aplicar recursos pessoais no negócio acima do desejado”, alerta Mônica Arruda, analista técnica da Unidade Gestão de Negócios do Sebrae-CE. Especialistas ensinam a separar as contas pessoais daquelas do consultório.
Cheque suas finanças pessoais
É praticamente impossível colocar ordem nas finanças corporativas se as pessoais estiverem confusas. Por isso, antes de analisar as contas de seu consultório ou clínica, volte-se para seu próprio bolso. Um bom esquema é o 50/30/20, onde 50% da renda líquida se destina a itens essenciais (moradia, educação, transporte, saúde, alimentação etc.), 30% para despesas variáveis (compras, lazer etc.) e 20% aos investimentos e reserva de emergência.
Não pague contas pessoais com dinheiro da empresa (e vice-versa)
“Esse geralmente é o primeiro passo para desorganizar as finanças pessoais e corporativas”, afirma José Cardoso, administrador e sócio do Grupo Hemera Contábil. Não é à toa que esse é considerado um dos pecados capitais entre micro e pequenas empresas – e, infelizmente, extremamente comum.
Organize o fluxo de caixa
Ele é fundamental para que o planejamento financeiro de sua clínica funcione, pois permite fazer uma projeção diária, semanal ou mensal de todas as entradas e as saídas de recursos financeiros. Com estes dados em mãos, você terá controle dos ganhos e despesas de seu consultório e não precisará pegar recursos pessoais para cobrir buracos na empresa e vice-versa.
Separe as contas correntes
Trata-se de uma maneira prática de evitar que as despesas e ganhos se misturem, principalmente no que se refere ao pagamento de contas pessoais com recursos da clínica. Ao abrir uma conta corrente corporativa, você terá acesso a soluções financeiras e tarifas especiais para pessoas jurídicas – algo que não existiria se você tivesse apenas a conta corrente de pessoa física. “Além disso, com as contas separadas, será mais fácil comprovar o faturamento, o que torna mais simples fazer a declaração de Imposto de Renda”, acrescenta Cardoso.
Defina o pró-labore
A expressão vem do latim e significa, literalmente, “pelo trabalho”. Conforme a nomenclatura indica, trata-se do salário que os sócios de uma empresa recebem pelo seu trabalho. Ou seja, se você e outro médico dividem uma clínica, ambos vão tirar seu pró-labore relacionado ao trabalho que desempenham atendendo pacientes e administrando o negócio.
Para definir seu valor, pergunte-se: quanto você pagaria para um funcionário exercer todas as funções que você exerce em seu consultório? Também é importante considerar a capacidade de pagamento de seu negócio. “Essa reflexão evitará que o valor seja superestimado e possa comprometer a saúde financeira da clínica ou consultório”, expõe Arruda.
Lembre-se dos reinvestimentos
Depois de definir o pró-labore, é preciso analisar os resultados e concluir se houve lucro ou prejuízo. No primeiro caso, é preciso decidir qual percentual dos lucros adquiridos serão destinados a melhorias em seu consultório. Isso inclui itens relacionados à estrutura básica de funcionamento, a contratação de um novo profissional ou oferta de um novo serviço e a formação de uma reserva financeira para imprevistos.
Conte com a ajuda da tecnologia
Há diversos softwares e aplicativos que prometem ajudar gestores de consultórios e clínicas a lidarem corretamente com seus fluxos de caixa e outras questões que ajudarão a manter as contas pessoal e corporativa separadas. Eles automatizam e dão agilidade ao processo de controle, permitindo que você acompanhe as finanças em tempo real.
“Antes de decidir pela melhor ferramenta, é importante analisar as várias opções disponíveis no mercado, buscar indicações com outros profissionais do setor e definir bem o tipo de controle que deseja realizar e as informações e relatórios mais relevantes ao seu negócio”, finaliza Arruda.
Fonte: https://conexao.segurosunimed.com.br/
Foto: Freepik