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O crescimento é um dos momentos mais decisivos na trajetória de uma empresa, independentemente de seu porte ou segmento de atuação. Mas é fato que o plano de expansão na área da saúde tem algumas particularidades que podem tornar esse processo um pouco mais complexo.
É comum que negócios na área da saúde sejam iniciados para viabilizar a atividade principal do profissional, que, em paralelo, administra a própria empresa com uma estrutura bastante enxuta. Ao conciliar essas duas funções, é preciso ter um olhar tanto para as estratégias quanto para as operações.
Profissionalização
“O primeiro passo é entender que aquilo é um negócio”, observa Renan Kaminski, cofundador e CMO da 4blue, empresa especializada em consultoria financeira para pequenas empresas. “Ou seja, o faturamento do consultório é do consultório e não do profissional”, aponta. Kaminski adverte que não fazer essa separação entre a pessoa física e a pessoa jurídica é um dos erros mais comuns na área. “Os profissionais acabam tratando aquilo como seu trabalho e não como um negócio. Logo, têm mais dificuldades para expandir.”
É importante estruturar a organização para administrar melhor os processos, as pessoas e os recursos. “Mesmo que o profissional de saúde atenda sozinho com a ajuda de uma secretária apenas, ele precisa tratar este consultório como uma empresa”, orienta Kaminski. É necessário separar as finanças da empresa das da pessoa; estruturar processos; fazer marketing; profissionalizar a gestão; e assim por diante.
Incorporar boas práticas na gestão financeira é outro ponto essencial. O gestor deve fazer um bom controle do fluxo de caixa e formar um fundo de reserva para não ter seus planos prejudicados em caso de imprevistos. A reserva financeira é um mecanismo para suprir gastos inesperados e dar sustentação ao negócio pontualmente, como nos meses em que há mais custos com pessoal ou nos períodos em que, sazonalmente, há queda no faturamento.
Nesse sentido, vale a pena, também, ter um olhar atento para a gestão de riscos e incorporar instrumentos que possam atenuá-los, como a adesão ao seguro patrimonial e ao seguro de responsabilidade civil profissional, que servem como forma de proteger as finanças e a imagem da empresa.
Planejamento
Se o negócio está bem estruturado, oferece um bom ambiente de trabalho e entrega resultados consistentes ao longo do tempo, é possível prepará-lo para saltos maiores. O plano de expansão na área da saúde requer planejamento financeiro e de negócios.
“O profissional precisa entender que, ao transformar seu ‘consultório particular’ numa ‘clínica’, por exemplo, toda a operação ficará mais complexa”, explica Kaminski. “Geralmente, há necessidade de um investimento na estrutura”, analisa. Provavelmente, isso vai demandar recursos para o aluguel de um espaço mais caro, contratação de pessoal, equipamentos etc.
No desenvolvimento do plano de expansão, todos esses valores precisam estar previstos. Kaminski elenca as informações financeiras que precisam ser levantadas:
- qual o investimento necessário para o novo negócio rodar;
- como vou conseguir esse capital;
- qual o custo fixo da nova operação;
- quanto preciso faturar para cobrir os custos e gerar lucro;
- quanto tempo estimo que vou levar para atingir o patamar mínimo de faturamento;
- se tenho o capital necessário para suportar os primeiros meses (que tendem a ser mais desafiadores);
- como vou atrair a quantidade de clientes necessária para fazer a empresa dar lucro;
- como vou atrair outros profissionais para compor o quadro clínico.
“São diversas informações que exigem estudo e que, muitas vezes, acabam sendo ignoradas”, alerta. “Infelizmente, essa conta do mau planejamento acaba chegando da pior maneira possível.” Em contrapartida, elaborar o plano de expansão considerando todo esse contexto fortalece o negócio.
Fonte: https://conexao.segurosunimed.com.br/
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