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A área da saúde é uma das mais impactadas pelas mudanças que estão em curso na sociedade. O avanço científico em diferentes segmentos tem levado o setor a vivenciar intensas transformações, que abrangem descobertas médicas, desenvolvimento de novos procedimentos, mudanças comportamentais da população e adoção de tecnologias inovadoras. Esse é o ambiente que está construindo a chamada nova economia da saúde.
O conceito ganhou força durante a pandemia da Covid-19, período que acelerou a transformação digital e a inovação na área da saúde. As startups do setor (healthtechs) ganharam mais projeção e investimentos, a partir de 2020. Além disso, novas tecnologias têm sido consistentemente incorporadas pelas instituições de saúde, como a telemedicina ou a inteligência artificial.
O que é a nova economia da saúde?
A nova economia da saúde é um conceito que se refere à transformação do setor. De acordo com a consultoria global PwC, que tem acompanhado essa tendência, trata-se de um ecossistema de inovação, que, embora não tenha sido iniciado pela pandemia, foi acelerado por ela.
No período de enfrentamento da Covid-19, quatro fatores contribuíram para impulsionar o novo ecossistema da saúde:
- virtualização da saúde;
- plataformas de modelagem baseadas em análises;
- melhoria da cadeia de suprimentos;
- redefinição de determinantes sociais de saúde.
De forma prática, esses avanços estão contribuindo para que as inovações ganhem aplicabilidade real. É o caso da telemedicina, que facilitou o atendimento, mas também dos novos meios de pagamento e de análise diagnóstica.
A nova economia da saúde é centrada no cliente. É ao redor dele que se desenvolvem os cinco pilares desse ecossistema:
- plataformas e suporte: abrange questões de recursos e infraestrutura;
- bem-estar: estabelece a relação entre saúde e bem-estar (que não está vinculado a aspectos clínicos);
- prestação de assistência médica: relativo aos serviços clínicos, médicos e de apoio ao indivíduo;
- vacinas, diagnósticos e terapias: envolve a área de pesquisa e desenvolvimento, da inovação à venda, de produtos usados nos cuidados com as pessoas;
- financiamento e pagamento: refere-se às fontes públicas e privadas de financiamento dos serviços médicos e de bem-estar.
Todas essas frentes estão interconectadas para entregar uma melhor experiência ao usuário.
Healthtechs em expansão
O novo ecossistema da saúde está mobilizando as startups que atuam na área e promovem a conexão entre tecnologia e saúde. A empresa de inovação aberta Distrito e a consultoria KPMG têm monitorado a evolução desse mercado, que cresceu de forma significativa durante a pandemia.
De acordo com o levantamento mais recente, o Brasil tem mais de 542 healthtechs mapeadas. O dado faz parte da terceira edição do Distrito Healthtech Report e mostra a evolução entre os anos de 2018, 2019 e 2020.
2018 | 2019 | 2020 | Evolução 2018-2020 | |
Quantidade | 248 | 386 | 542 | 118% |
Conforme mostra o estudo, essas empresas estão em estágio inicial: possuem menos de 5 anos de existência. No entanto, têm atraído a atenção de investidores. Entre 2014 e 2020, as healthtechs brasileiras receberam US$ 430 milhões em investimentos.
A KPMG e a Distrito dividem o mercado de healthtechs em nove categorias:
- acesso à Informação;
- gestão e PEP (plataformas de gestão);
- marketplace;
- medical devices (focados em dispositivos para prevenção, diagnóstico e tratamento de enfermidades;
- telemedicina;
- wearables e IOT (tecnologias para o monitoramento de pacientes);
- relacionamento com pacientes;
- inteligência artificial e big data;
- farmacêutica e diagnóstico.
Em artigo recente, o médico e consultor Gonzalo Vecina destacou o papel da tecnologia para aumentar a eficiência no setor.
Fonte: https://conexao.segurosunimed.com.br/
Foto: Freepik