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Nova solução permitirá transações bancárias durante 24 horas, sete dias por semana e em poucos segundos. Entenda como funciona
Tempo de leitura: 4 minutos(Atualizado em: 14 de outubro de 2020)
Os gestores de clínicas e os profissionais liberais da saúde têm muitos motivos para comemorar o lançamento do Pix, novo meio de pagamento desenvolvido pelo Banco Central, que estará disponível a partir de 16 de novembro.
“O que sabemos com certeza é que a forma como muitos brasileiros vão pagar e transferir dinheiro vai ser diferente. A adesão aos pagamentos digitais e ao uso do QR Code será maior a longo prazo. Alguns métodos de pagamento poderão ser substituídos com o tempo e a inclusão financeira também será maior, já que o serviço permite que mesmo quem não tem conta bancária, e sim apenas uma carteira digital, possa fazer um Pix”, diz Ralf Gemer, CEO e cofundador da PagBrasil.
O Pix é uma modalidade de pagamento instantâneo, que permitirá a clientes pessoa física e jurídica a realização de transferências e pagamentos 24 horas, sete dias por semana, incluindo feriados, em até 10 segundos.
Para utilizar o serviço, é necessário realizar o cadastro da chave Pix para que o cliente seja identificado no sistema bancário. No cadastro, o usuário poderá utilizar o CPF ou CNPJ, e-mail, número de telefone celular ou chave aleatória – código com números, letras e símbolos criados aleatoriamente para receber dinheiro.
Os clientes pessoa física terão a possibilidade de cadastrar até cinco chaves, enquanto empresas podem ter 20 chaves. Dessa forma, o usuário poderá cadastrar seu CNPJ à conta de uma instituição e e-mail da de outra, por exemplo.
O cadastramento das chaves Pix começou nesta semana e os clientes podem realizá-lo pelo aplicativo ou internet banking do banco, fintech ou instituição de pagamento que tem conta.
De acordo com o Banco Central, o registro não é obrigatório, mas recomendável para que o cliente aproveite as facilidades da transação. “Ao invés de inserir 5 ou 6 dados diferentes, como é feito hoje com DOC e TED, será possível efetuar o pagamento somente com a chave Pix cadastrada – como o e-mail ou celular”, explica Gemer.
A compensação do DOC leva aproximadamente um dia útil e o TED, apesar da confirmação no mesmo, também possui limitações de dias e horários. Além dos custos, que podem chegar a R$ 20 por transação dependendo da instituição financeira. O BC afirma que apesar do lançamento do Pix, ambos continuarão a existir.
Gemer acredita que DOC e TED não deixarão de ser utilizados de uma hora para outra, pois são métodos consolidados. “Conforme a adesão do Pix for avançando, devemos ver uma diminuição do uso deles. O novo meio de pagamento também compete bastante com o boleto embora seja muito presente no dia a dia do brasileiro e é uma alternativa de pagamento muito boa para quem recebe seu salário em dinheiro ou é desbancarizado – parcela que hoje representa 45 milhões de adultos no Brasil. Por isso, uma provável substituição pode demorar mais para acontecer”, diz.
Como utilizar o Pix na minha clínica?
Após o cadastro da chave Pix, os gestores de clínicas e consultórios poderão utilizar o serviço de suas formas para receber pagamentos:
- QR Code: os gestores poderão gerar e enviar o código para o paciente que vai fazer a leitura e efetuar o pagamento da consulta ou procedimento;
- Chave Pix: basta informar a chave cadastrada para o cliente que fará a transferência do valor em poucos segundos.
Para efetuar pagamentos de fornecedores, por exemplo, os gestores devem ter o QR Code ou chave Pix da empresa que vai receber os recursos.
“A principal vantagem é a confirmação rápida do pagamento. Quando um paciente o efetuar com o Pix, o dinheiro é transferido imediatamente. Além disso, o pagamento pode ser feito de smartphone para smartphone, dispensando o uso de uma máquina de cartão, o que em tempos de Covid-19 é ideal. A transação é muito segura, o que para pequenos estabelecimentos é essencial e evita possíveis fraudes”, argumenta Gemer.
Tarifas do Pix
O serviço é gratuito para pessoas físicas e microempreendedores individuais, com apenas duas exceções: caso o cliente utilize os canais de atendimento presencial ou telefônico para realizar a transação ou receba o Pix com a finalidade de compra ou pagamento por prestação de serviço.
As empresas terão que pagar taxas definidas pelos bancos, fintechs e instituições de pagamento. Algumas fintechs, no entanto, já anunciaram que terão isenção ou encargos mais baratos para o serviço.
O Pix é seguro?
A segurança do Pix é uma das grandes preocupações dos clientes. Segundo o Banco Central, os dados pessoais dos clientes ficarão protegidas por criptografia e mecanismos que impedem o acesso das informações no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT).
Tom Canabarro, cofundador da Konduto – empresa antifraude para pagamentos online – diz que nenhuma forma de pagamento é segura. “A velocidade e a disponibilidade integral oferecidas pelo Pix são grandes atrativos para os criminosos cibernéticos, que vão usar a plataforma para consumar golpes financeiros instantaneamente”, alerta.
Em caso de fraude, o Banco Central afirma que caberá ao banco, fintech ou instituição de pagamento apurar o golpe e fazer o eventual ressarcimento dos valores, como já acontece em fraudes bancárias.
“Os gestores de clínicas e consultórios precisam ter cuidados básicos, como manter os sistemas de segurança atualizados, proteger os dados dos clientes e estarem atentos a ameaças como phishing e engenharia social – golpes que não demandam de alto conhecimento tecnológico para serem aplicados – mas que causam grandes estragos”, finaliza Canabarro.
Fonte: https://conexao.segurosunimed.com.br/
Foto: Freepik