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Em relação a produtividade o Brasil está deixando muito a desejar nos últimos anos, a única exceção é a agricultura, logicamente que o segmento saúde não está descolado desta estatística, a área também precisa melhorar muito a produtividade, e o caminho para as melhorias decorrem de investimentos em educação e inovação, mas sobretudo perceber e aceitar que mudanças são inevitáveis.
Apesar da área de saúde apresentar um crescimento superior a economia, em relação a produtividade ainda necessita melhorar muito, seja nas clinicas, nos hospitais, nos serviços de diagnósticos, é imperiosa a necessidade de se fazer mais com os mesmos recursos, ou até mesmo produzir mais com menos. Afinal a remuneração (as receitas) unitária (per capta) está diminuindo, hoje trabalha-se mais para ganhar menos por paciente atendido (ticket médio), é um processo natural de negociação, no qual aumenta-se o volume, mas com redução do valor unitário, neste contexto, se a empresa tem por objetivo melhorar seus resultados, inevitavelmente necessita melhorar a produtividade.
A produtividade é um dos principais tópicos na busca do melhor resultado, e produtividade se traduz em aproveitar melhor os recursos operacionais (físicos, humanos, materiais), diminuir ao máximo a ociosidade: utilizar plenamente os consultórios, aproveitar e gerenciar muito bem os leitos hospitalares, utilizar ao máximo os equipamentos para realização de exames de diagnósticos, enfim temos que diluir custos fixos e ganhar no volume de atendimento.
Muitas ações para melhorar a produtividade requerem fortes mudanças nas rotinas e nem todos estão preparados – como compartilhar o consultório, realizar exames 24 horas por dia com agendas em plena madrugada, gerenciar de forma dinâmica os leitos hospitalares de modo que atinja um nível de ocupação adequado, dentre muitas outras atitudes que geram impacto e mudanças.
Produzindo mais com os mesmos recursos existe um ganho expressivo no melhor aproveitamento dos custos fixos, ou seja existe uma maior diluição dos custos fixos (por exemplo, se usamos um equipamento para produzir 100 exames mês a uma depreciação de R$ 1.500,00 ao mês, temos uma valor unitário de R$ 15,00 por exame, se a produção aumentar para 150 exames /mês o custo unitário reduz para R$ 10,00) mas em relação ao custo variável não há interferência (se o médico recebe um honorário de R$ 10,00 por laudo, com aumento de produção ele vaia ganhar mais, pois os honorários são pagos por item produzido).
Também caracteriza-se como de extrema importância ter instrumentos: relatórios e sistemas que possam mostrar de maneira clara e objetiva os ganhos auferidos com os processos e mudanças impostas, de forma que possa se apresentar ao gestor que estamos trabalhando mais, mas também ganhando mais. Dentre as ferramentas mais apropriadas para obtenção destas informações, destaco principalmente um bom sistema de apuração e controle dos custos.
Não há mais espaço para um consultório que só é usado 3 vezes por semana, e muito menos um centro cirúrgico que só realiza cirurgias 10 dias por mês. Produtividade é a tónica do momento, com um crescimento ainda muito baixo, estas características se desenham como um bom laboratório para começarmos a praticar uma maior produtividade.