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O setor saúde vem passando por importantes transformações nos últimos anos. Até 2001, havia pouco mais de 30 milhões de beneficiários de planos de saúde, onze anos depois (2012) são mais de 48,7 milhões, uma evolução 62%, segundo dados da ANS (Agencia Nacional de Saúde Suplementar).
A grande maioria deste crescimento vem dos planos coletivos, pois com a melhora da economia, as empresas passaram a contratar mais, segundo as últimas informações do IBGE. Em dezembro, a taxa de desemprego atingiu o índice mais baixo registrado até o momento, de 4,6%, ou seja, quase um pleno emprego, que segundo as referências, atinge-se quando a taxa chega a 4%, e se oferece a seus profissionais planos de saúde. Cerca de 25% da população brasileira possui cobertura de planos de saúde, porém acredita-se que ainda há grandes espaços para crescimento através da ascensão das classes C e D.
Mediante ao cenário apresentado, é notório em muitas regiões do país uma grande oportunidade de crescimento, há uma defasagem de oferta de serviços para esta massa da população que passa a utilizar planos de saúde, e exigir qualidade e dinamismo no atendimento.
Todavia, o ano de 2013 começa com muitas dúvidas e merece muita cautela. Estima-se um crescimento um pouco maior que 2012, (PIB em torno de 3%), porém, acompanhado (segundo os analistas financeiros e economistas) de uma alta da inflação, que já presenciamos nos dias atuais (2012 fecha com um índice próximo a 6%).
Mas apesar da necessidade de uma certa precaução, também passamos a conviver com taxas de juros que já haviam sido esquecidas pelos brasileiros, e portanto a captação de recursos para investimento no mercado financeiro é uma alternativa muito tentadora para que os prestadores de serviços se preparem para atender esta demanda cada vez maior. Existem muitas regiões no país que necessitam de fortes investimentos para atender estes novos beneficiários que chegam ao mercado de saúde suplementar, e o momento se mostra bastante oportuno, tanto que muitos investimentos através de aquisições e fusões vêm acontecendo no mercado de saúde com participação de bancos de investimentos, acreditando em atrativas taxas de retorno projetadas para o segmento.
Mas apesar do ambiente favorável, recomenda-se que antes de qualquer investimento, algumas análises que projetem a taxa de retorno, o prazo de recuperação do capital, dentre outros indicadores, sejam desenvolvidas através de projetos de viabilidade econômica-financeira de investimento (Business Plan) com o objetivo de atenuar os possíveis riscos que sempre acompanham qualquer tipo de investimento.
E também apesar do segmento apresentar um momento bastante razoável para muitos serviços, é notório que cada vez mais é necessário produzir mais para manter a mesma rentabilidade.
Destaco ainda que o setor demanda constantes investimentos a fim de: preservar o parque tecnológico atualizado, manter a instituição competitiva, cumprir as constantes exigências da legislação, acatar as recomendações da ANS (investimento em acreditação) dentre outros, e considero ainda importante salientar que devido ao descompasso entre recebimento e pagamento já erroneamente incutido no setor (prestador de serviço paga os fornecedores em 30 dias e recebe das operadoras normalmente com um prazo superior a 40 dias), por todos estes itens elencados exige do prestador de serviço um alto volume de capital de giro que deve ser muito bem avaliado (calculado) no momento de realização dos cálculos de retorno.
Mas ressalto que o momento é muito propício para investir, mas sempre tendo em mente a necessidade de um gerenciamento profissional do negócio, com informações que possibilitem decisões precisas e dinâmicas.
Eduardo Regonha
Diretor Executivo da XHL Consultoria